Dia do Professor: histórias de professores e egressos da UnirG celebram a força transformadora da educação

No Tocantins e em todo o país, a carreira docente enfrenta desafios de valorização e falta de novos profissionais. Mas histórias inspiradoras de professores mostram que o amor pelo ensino e o compromisso com a transformação social seguem firmes.

Ensinar é um ato de amor, coragem e transformação. No Brasil, conforme o Censo Escolar 2023, mais de 2,3 milhões de professores dedicam-se diariamente à missão de formar novas gerações. Somente no Tocantins, são cerca de 13 mil docentes que fazem da educação um instrumento de mudança.

Neste 15 de outubro, Dia do Professor, a Universidade de Gurupi – UnirG presta homenagem a todos os educadores que, com dedicação e paixão, seguem inspirando pessoas e transformando vidas.

Apesar dos desafios enfrentados pela carreira, como a percepção de desvalorização, muitos enxergam na docência não apenas uma profissão, mas uma verdadeira vocação. A UnirG reúne inúmeros exemplos de professores e egressos que trilham esse caminho com orgulho e propósito.

Entre essas histórias está a de Paulo César Meneses, egresso do curso de Pedagogia da UnirG, turma de 2020. Desde a adolescência, ele se encantou pela profissão ao observar seus professores da educação básica. O incentivo da avó, dona Lusia, também foi decisivo para que seguisse a carreira docente, mesmo diante de conselhos contrários de familiares e amigos.

Hoje, com 26 anos, Paulo atua como professor auxiliar na Fundação Bradesco – Canuanã, em Formoso do Araguaia, e se diz plenamente realizado. Ele destaca que a UnirG foi essencial para sua formação e para o desenvolvimento das práticas pedagógicas que aplica no dia a dia.

Os estágios supervisionados, o contato próximo com os docentes e o incentivo à pesquisa marcaram sua trajetória acadêmica e o motiva a continuar crescendo na profissão. “Os conhecimentos adquiridos na universidade na prática de sala de aula e ainda ser gratificado com uma bolsa financeira, o qual não conseguia arcar com as mensalidades, foram essenciais. O contato com os professores, o incentivo e liberdade para criar, e o apoio acadêmico proporcionado, desde o início do curso até os dias atuais, são minha inspiração para prosseguir”, lembra.

Outro exemplo é o do professor Me. Rodrigo Disconzi, egresso da UnirG em Fisioterapia (2006) e Medicina (2020). Embora inicialmente não planejasse seguir a carreira docente, ele se apaixonou pela sala de aula durante o mestrado e, desde então, não se vê fora desse ambiente. Atualmente, é professor do curso de Medicina no campus da UnirG, em Paraíso do Tocantins.

“Uma experiência inexplicável que constantemente compartilhamos entre os colegas docentes, sobre se tornar uma paixão. Hoje, já não me vejo não sendo professor, a minha intenção é me aposentar da Medicina e permanecer em sala de aula”, disse.

Rodrigo define o ensino como uma “profissão mágica”. Para ele, o contato com os alunos e o retorno obtido por meio do aprendizado e do reconhecimento profissional são as maiores recompensas.  

“Eu encaro com muita naturalidade, mas também com muito respeito ao educador. O retorno que recebemos dos alunos, o carinho, os resultados positivos e ver esses médicos atuando, se tonando meus colegas é gratificante. Para mim, dar aula não é profissão árdua é divertimento”, resume o professor.

A força da pesquisa e da transformação social

A terceira história é da professora, Drª Marcilene de Assis Alves Araújo, que também representa a multiplicidade da formação docente. Licenciada em Letras pela Universidade Estadual de Goiás - UEG, ela é hoje professora e coordenadora do Mestrado Profissional em Educação Social da UnirG, além de pesquisadora do Observatório de Povos Tradicionais do Tocantins - OPTTINS, onde desenvolve ações junto ao povo indígena Iny Javaé, na Ilha do Bananal.

Marcilene ressalta que sua trajetória une ensino, pesquisa e compromisso com a transformação social e valorização cultural. “A formação em Letras me ensinou a olhar para a linguagem como um espaço de encontro e de transformação, abrindo caminhos para além da sala de aula. Essa base pedagógica me conduziu à formação de educadores indígenas e à coordenação de projetos que unem o letramento à valorização das línguas e culturas tradicionais, mostrando que a profissão de professor pode abrir caminhos para muitas áreas, da educação intercultural às políticas públicas e à pesquisa aplicada”, relata Araujo.

A professora ressalta que a docência a ensinou a ter reflexão crítica e o compromisso ético com o outro. “Essa base pedagógica, me conduziu ao trabalho com educação intercultural e políticas públicas voltadas à valorização das línguas e saberes tradicionais. Ensinar é também aprender, especialmente, em contextos marcados pela diversidade de culturas e modos de vida. Essa consciência me guia no trabalho com os povos indígenas, onde a educação é construída coletivamente, com respeito às diferenças e reconhecimento dos saberes de cada cultura”, completa Araujo

Compromisso da UnirG com a formação de educadores

Com uma trajetória sólida na formação de professores, a UnirG se orgulha de oferecer cursos de licenciatura em áreas como Pedagogia, Letras e Educação Física. Ao longo de seus 40 anos de história, a Universidade já formou quase 3 mil educadores, que contribuem para o fortalecimento da educação no Tocantins e em todo o país.

Para a coordenadora de estágio de Pedagogia, Ma. Edna Pinho, que também é pesquisadora do OPTTINS, formar professores é assumir compromisso com a vida e com a humanidade. Com 26 anos de docência na UnirG e 14 anos também atuando no IFTO, ela destaca que a formação docente é um processo intenso e transformador, que exige comprometimento e sensibilidade diante das constantes mudanças da sociedade e da educação.

“O professor é um profissional humano, social e político, importante para construção do conhecimento e para formação de pessoas nos seus diferentes momentos da vida. Me sinto honrada por colaborar com esta ação transformadora capaz de mudar vidas e formar profissionais cujos os saberes são essenciais para educação, para continuidade do ensino nas instituições escolares e das práticas educativas nos diferentes ambientes e setores da sociedade”, destaca.

Para ela, a formação docente vai muito além do conteúdo técnico. "É um momento em que os estudantes se constituem e se reconhecem como sujeitos da prática educativa, identificam seus potenciais e escolhem um caminho para trilhar no exercício da profissionalidade. Geralmente não é um processo fácil, é profundo, intenso, dinâmico e exige muito comprometimento e responsabilidade”, reforça.

Pinho diz ainda que, “a escola, nesse contexto, a cada dia necessita de mais profissionalização, de novas competências e de professores mais dinâmicos, criativos e preparados para lidar com as novas competências do mundo tecnológico”.

Homenagem e reconhecimento

A reitora da UnirG, Drª Jaqueline Ribeiro, também professora e egressa do curso de Direito, afirma que a sala de aula é um espaço de transformação. “Escolhi ser professora porque acredito profundamente no poder do conhecimento, que muda vidas e amplia horizontes”, afirma.

Ela destaca o orgulho de integrar uma universidade que, há décadas, forma profissionais em diversas áreas e contribui para o desenvolvimento do Tocantins.

“Neste Dia do Professor, parabenizo todos que fazem da UnirG um espaço vivo de aprendizado e afeto. Nosso trabalho coletivo dá sentido à nossa missão: formar pessoas, inspirar sonhos e transformar o futuro”, conclui.

Neste Dia do Professor, a Universidade de Gurupi – UnirG homenageia todos os profissionais da educação. Seja dentro e fora da sala de aula, eles fazem do ato de ensinar uma missão de vida.

Que as histórias de Paulo, Rodrigo, Marcilene, Édna e Jaqueline inspirem novas gerações a acreditarem que ser professor é, acima de tudo, confiar no poder de transformar pessoas e o mundo.

Giselli Raffi - Ascom/UnirG

Fotos: arquivo pessoal